Semana passada, a coluna apresentou um punhado de nomes santa-marienses, possíveis candidatos à Assembleia. Lista, aliás, bastante promissora, a atestar o otimismo em relação à possibilidade de a cidade ampliar sua representação no parlamento gaúcho.
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O mesmo não é possível afiançar em relação à Câmara dos Deputados. É verdade que foi circunstância excepcional, mas a boca do monte já teve, no início dos 80's, três federais ao mesmo tempo (João Gilberto Lucas Coelho, Osvaldo Nascimento da Silva e Nelson Marchezan). Hoje, isso é virtualmente impossível. E não só porque há a necessidade de muito mais votos e de buscá-los para além do Cadena.
Ocorre que os partidos não correm riscos e deixam de lançar nomes que possam florescer no futuro. A política imediatista os fazem optar pelo apoio a forasteiros. Seria virtualmente impossível hoje uma campanha do tipo "dê votos a Santa Maria". Nem é preciso explicar por quê.
Aliás, a situação pode até piorar. Especulação da semana dá conta da possibilidade de o petista Paulo Pimenta, o único deputado federal local hoje, com cinco mandatos, virar candidato ao Palácio Piratini ou mesmo ao Senado. Com isso, diante da evidência de inexistir substituto a ser lançado para "buscar experiência", aposta-se na disseminação do forasteirismo também no PT.
A situação mais constrangedora, tomando como base os últimos três pleitos, é a de três partidos tradicionalíssimos na cidade e que só perdem para o petismo em número de filiados. Sistematicamente, afora abandonar na prática seus pretendentes a deputado estadual (vide a votação obtida pelos últimos "heróis"), MDB, PP e PDT simplesmente assumem e indicam pretendentes d'alhures. Que até aparecem por aqui em tempos de campanha para a prefeitura e mandam uma emenda parlamentar anual. E só. Não são daqui, por mais simpáticos e amigos que sejam. E ponto.
Partidos médios, mas também com militância importante, como o PSB, aparentam tomar o mesmo rumo. Noves fora Fabiano Pereira, que pode tentar uma volta à Assembleia (e tem cacife para isso), quem a sigla apoiará para a Câmara? Depois de visita de agradecimento há poucos dias (pela vinda de uma emenda), poucos duvidam: os socialistas vão, outra vez, apoiar a reeleição de Liziane Bayer. Isso se não chancelarem a dobradinha dela com a irmã e deputada estadual, Franciane Bayer.
A coluna não citará o nome dos forasteiros. Mas basta ver a crônica da recente eleição para saber quem tem a preferência dos partidos locais, sobretudo os grandões. E, assim, a menos que sobrevenha (queeeem sabe) uma surpresa, prepare-se para ter escassa ou nenhuma opção santa-mariense, independente da sigla, para 2022.